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A exigência dos pais quando passa dos limites.

  • alexandra machado
  • 11 de set. de 2015
  • 2 min de leitura

Como enfrentar essas frustrações inerentes à constatação de que os filhos não são exatamente aquilo que sonhamos e idealizamos? O que está por trás desses desejos que se tornam exigências de que o filho(a) tem que ser o melhor em tudo?

Estes conflitos entre desejo e realidade podem levar a alguns desencontros e desgastes que interferem no relacionamento entre pais e fihos.

O modelo de ser pai e/ou mãe é construido a partir de nossas próprias experiências com o que tivemos e não tivemos enquanto filhos. O filho acaba sendo idealizado conforme os próprios sonhos e expectativas dos pais. O problema da idealização é que quando se cria um ideal, não se mensura ou cogita aquilo que não cabe dentro do próprio desejo.

Para Freud, o que se encontra na atitude dos pais em relação à seus filhos é uma revivescência do seu próprio narcisismo, isto é, do amor por si mesmo. As expectativas parentais são as que seus filhos realizem seus sonhos não realizados, satisfazendo assim seus desejos. No entanto, isso é um processo de dificil reconhecimento fora de uma análise pessoal. A transferência excessiva de suas próprias angústias e expectativas representa para o filho um peso excessivo, maior do que ele consegue suportar. Encontramos hoje em dia crianças com uma agenda de atividades tão cheia onde mal tem tempo para brincar livremente. Vejo por trás, pais desejosos de que seus filhos sejam muito inteligentes, excelentes em tudo que fazem. Na realidade, os filhos tem a missão de estimular a autoestima e corresponder aos anseios de admiração dos próprios pais.

Essas expectativas e desejos dos pais são algo para se acolher na clínica, não que o psicólogo vá responder à essas demandas entrando no discurso de "consertar" ou "curar"o filho que não está respondendo à essas expectativas parentais. Mas sim acolher e fazer entender que essas expectativas até mesmo antes do nascimento, produzem efeitos imaginários havendo uma projeção para o filho de suas próprias fantasias. Freud nos diz isso muito bem quando fala que "o que ele projeta diante de si como sendo seu ideal é o substituto do narcisismo perdido de sua infância na qual ele era o seu proprio ideal" (1914, pg. 111). Então, acolher o discurso dos pais não como possibilidade de informar e discorrer sobre a história da criança, mas como desvendamento da posição que a criança ocupa na fantasia parental.

Pretendo com esse texto demosntrar que a singularidade do processo analítico de uma criança se dá em função dessa amarração entre ela e as demandas exteriores a ela. Os sintomas infantis são uma confirmação do fracasso do ideal de seus pais, uma maneira da criança denunciar sua não conformidade ao ideal social e ao ideal de seus pais, demosntrando, através do seu sintoma, sua própria subjetividade. Isto significa reconhecer a ligação fundamental entre a criança e seus pais/cuidadores, procurando delimitar um espaço no qual os pais e a criança possam diferenciar suas questões, imprimindo um cunho singular e único às suas narrativas.



 
 
 

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